quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Líder agrários Antonio Vasconcelos ameaçado em Lábrea recebe escolta policial

21:21 h . Álisson Castro .
No Amazonas 30 pessoas ligadas ao movimento de reforma agrária estão ameaçadas de mortes, segundo dados da CPT-AM. “Dois líderes de municípios do sul do Estado estão sob vigilância durante 24 horas, sendo uma líder do movimento agrícola e um missionário religioso”, informou Marta.
Para a coordenadora regional da entidade, a proteção aos ameaçados ofereceu melhor qualidade de vida aos lideres, que puderam retornar aos seus lares. Mas, segundo ela, os familiares dos protegidos começaram a ser perseguidos. “Um dos líderes relatou ter recebido uma ligação em que uma voz disse a frase ‘você pode estar seguro, mas não sua família’”, contou.

Segundo Marta, parentes próximos aos protegidos estão deixando a cidade e procurando abrigos em outros Estados por causa das ameaças.

Do total de ameaçados de morte em conflitos agrários no Amazonas, 11 atuam no movimento agrário no município de Lábrea, distante 701 quilômetros ao sul de Manaus.

Agressão

No sábado, 5 ,  a líder agrícola da comunidade  Jamanã, em Itacoatiara, distante 175 quilômetros a leste de Manaus, Raimunda Barbosa, contou ter sido alvo de agressão por um motoqueiro.

De acordo com dados da CPT-AM, 480 famílias moram na comunidade Jamanã, e, segundo a entidade, na terra em disputa em Itacoatiara há moradores que residem há mais de 30 anos no local.

No relato feito na delegacia da cidade, a líder informou que, por volta das 9h de sábado, foi abordada enquanto se dirigia para uma reunião para discutir um mandado de reintegração de posse  concedido pela juíza Ana Lorena. “O motoqueiro disse que ‘aquilo’ (a agressão) era apenas um aviso”, relatou Raimunda.

A coordenadora regional da CPT-AM informou que irá pedir da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, escolta policial para a líder atacada em Itacoatiara no final de semana.  “Após o incidente a líder de Itacoatiara foi orientada a não mais andar sozinha. O nosso temor é que o agressor afirmou que iria voltar a agir contra a vida dela”, frisou.

A CPT-AM informou a existência de conflitos agrários no Amazonas nos municípios de Apuí, Barreirinha, Careiro,  sul de Lábrea, Itacoatiara, Tabatinga, Tapauá, Manaus, Manacapuru, Manicoré, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Tefé

Operação " Defesa da Vida" que combate conflitos agrários, recebe reforço de mais homens para atuarem na região sul de Lábrea, no Amazonas

Operação " Defesa da Vida" que combate conflitos agrários, recebe reforço de mais homens para atuarem na região sul de Lábrea, no Amazonas

O envio de homens da Força Nacional foi anunciado pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo

 Uma equipe de homens da Força Nacional, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Forças Armadas deve chegar hoje à região Sul do município amazonense de Lábrea (a 703 quilômetros de Manaus) para dar início à operação “Defesa da Vida”, de combate aos conflitos de terras no Estado. A medida foi anunciada, na manhã de ontem, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após reunião com o governador do Amazonas, Omar Aziz, na sede do Governo.
De acordo com o ministro, o efetivo federal poderá ser aumentado, se necessário, ou reduzido, caso haja a necessidade de deslocamento de agentes para outros Estados. “Vamos, em conjunto com o governo estadual, discutir medidas para a região para que se possa evitar que a situação vivida em Rondônia venha atingir outras localidades do Amazonas”, afirmou. Não há um tempo determinado para que o efetivo fique na região. Segundo o ministro, as Forças Armadas darão apoio logístico aos policiais.
O ministro apontou, ainda, que a situação do Estado é “diferente” da vivida no Pará e Rondônia, onde a operação também está em andamento. Segundo Cardozo, no Amazonas o governo tem condições de atuar mais com ações de prevenção. “Aqui temos uma situação localizada no Sul do Estado. Por isso, temos uma situação de prevenção maior, com políticas públicas, inclusive. Agora o Governo Federal tem que se preocupar com a repressão, investigação e prevenção dos casos”, destacou.
Ao todo, de acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Amazonas, há pelo menos 31 pessoas ameaçadas de morte em conflitos de terras no Estado, a maior parte no Sul de Lábrea. Segundo a coordenadora regional da CPT, Marta Valéria Cunha, pelo menos 11 pessoas já chegaram a morrer em conflitos de terras no Amazonas.
“Esses números nunca foram amplamente divulgados porque nem mesmo inquéritos chegaram a ser instaurados. Não há presença do poder público no Sul de Lábrea”, disse. O relatório da comissão aponta que, além do Município de Lábrea, também ocorreram assassinatos em Humaitá e Canutama.
A coordenadora regional da CPT informou que os principais ameaçados no Amazonas são ribeirinhos, assentados, posseiros, pequenos proprietários e indígenas. Os principais responsáveis pelas ameaças são madeireiros e grileiros, de acordo com a comissão. “Todas as pessoas que já morreram em conflitos de terras no Amazonas são da mesma área que o Dinho morava, além de outros municípios que têm esse mesmo problema”, destacou a coordenadora. Dinho era como era conhecido o agricultor amazonense Adelino Ramos, que foi assassinado no dia 27 de maio, no Município de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia.

SEGUNDO CPT, SÓ NO INTERIOR DO AMAZONAS 46 LÍDERES COMUNITÁRIOS ESTÃO AMEAÇADOS DE MORTE

O pastor Antônio Vasconcelos, 55, da Assembleia de Deus e Presidente da Associação Mãe da Resex Rio Ituxi, morava em uma reserva extrativista no município de Lábrea, AM, quando dois pistoleiros se instalaram em hotel no centro da cidade.
A investida criminosa tinha como bojetivo assassinar o Pastor e acabar com o movimento dos extrativistas e defensores da floresta. Só não deu certo porque os camponeses souberam da presença dos pistoleiros e deram cobertura ao pastor, que foi transferido para outra cidade.
Dias depois, membros da Força Nacional de Segurança Pública, ligados à ‘Operação em Defesa da Vida’, chegaram ao município para dar proteção ao missionário religioso.
Mesmo diante de todo o aparato militar, os pistoleiros, antes de deixar a cidade, não se intimidaram e mandaram um recado ameaçando a família do pastor, scropt que se repete quase que diurtunamente na maior floresta tropical do planeta.
As histórias do pastor Antônio Vasconcelos e da agricultura familiar Nilcilene Lima, já contada neste blog, são exemplos de muitos casos de lideranças comunitárias e ambientalistas ameaçadas de morte, devido a conflitos de terras com fazendeiros, grileiros, e madeireiros na Região Norte do Brasil.
Pistoleiros e jagunços não respeitam a vida, as leis nem a natureza. Fazem qualquer coisa por dinheiro.
Resta saber quem são seus “clientes” dispostos a pagar para que tirem a vida de pessoas de bem e honradas.