segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lábrea: noite cultural lançará publicações sobre a região do Purus

 
Lábrea 25/06/2011

Ao encerrar as atividades de cinco anos do Consórcio FORTIS, programa socioambiental para fortalecer e aumentar a capacidade de diálogo das instituições locais e associações comunitárias do sul do estado do Amazonas, o IEB e a APADRIT lançam a publicação Memorial da luta pela Reserva Extrativista do Ituxi em Lábrea, AM que registra a mobilização social, organização comunitária e conquista da cidadania na Amazônia. O evento acontece dia 29 de junho, no município de Lábrea/AM durante a abertura do III Encontro Regional do FORTIS – Fortalecimento Institucional do Sul do Amazonas. A obra, organizada pelo doutor em sociologia pela UFRJ e consultor do Instituto, Josinaldo Aleixo, é de autoria coletiva da Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembléia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit) e representa um esforço de reflexão e de registro histórico de uma experiência social vivida intensamente no interior da Amazônia brasileira: a mobilização de comunidades ribeirinhas em favor da criação da Reserva Extrativista do Rio Ituxi. Na ocasião será apresentado o Álbum Purus, organizado pelo professor do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (PPGAS-UFAM) Gilton Mendes. A obra é um resultado do debate interdisciplinar entre etnólogos americanistas, historiadores sociais, indigenistas, ambientalistas, engenheiros ambientais, ecólogos e biólogos que refletem e atuam no sudoeste da Amazônia. A elaboração desta publicação é da Operação Amazônia Nativa (OPAN), do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena – NEAI/UFAM, IEB e Visão Mundial.  A tarde cultural também irá lançar o livro de poesias Versos de Sangue e Multicores, de autoria do poeta Elias Bezerra de Souza , pelo Grupo Editorial Scortecci.
 
 Resumo das obras:
 
     MEMORIAL DA LUTA PELA RESERVA EXTRATIVISTA DO ITUXI EM LÁBREA
 
                                            
O objetivo é mostrar ao leitor o que levou um grupo de lideranças comunitárias do interior da Amazônia a se reunir numa associação, demandar do governo federal a criação de uma reserva extrativista e ir até o presidente da república para defender a sua proposta. Mais do que isso, o texto registra o balanço que o grupo faz da sua trajetória, identificando lições aprendidas para si e para outras instituições com as quais se relaciona. Uma mensagem que podemos decantar desse documento é: muito pouco ou quase nada sabemos sobre organização social na Amazônia e uma maneira de aprender alguma coisa sobre isso é olhando para os desafios, dificuldades, dilemas e motivações de quem está trilhando este caminho por sua própria conta e risco.
 
ÁLBUM PURUS:
                                             
Organizado pelo antropólogo Gilton Mendes dos Santos, o Álbum Purus reúne ensaios esclarecedores sobre o protagonismo das etnias que originalmente habitavam aquele espaço geográfico e as muitas visões sobre o Purus. No período de intenso extrativismo, e que ainda não cessou completamente, o Purus experimentou um forte impacto com a invasão da economia do látex. O resultado foi a dilaceração de etnias, com massacres e expulsão de suas terras tradicionais, e a instalação de um regime de trabalho brutal. É o que nos mostram os ensaios de Davi Leal, “Cenários da Fronteira: o rio Purus e o pensamento social na Amazônia”, bem como a seleção de textos de Euclides da Cunha pelo professor Renan Freitas Pinto. Ambos os trabalhos, ao confrontar as impressões contemporâneas de Euclides da Cunha, abrem um espaço de compreensão para os trabalhos seguintes, especialmente “Cultura e Mercado na Amazônia da Borracha”, de Almir Diniz, e “Retrato do sistema de aviamento no Purus – notas preliminares”, de Gilton Mendes dos Santos.
 
 
VERSOS DE SANGUE EM MULTICORES:
      
                            
                                                        
No ensaio, o poeta aborda a riqueza e a miséria advindas da globalização. “Não é segredo que para a maior parte da humanidade a globalização surge e se impõe como uma indústria de perversidades, enquanto para uma minoria ela se apresenta como possibilidade de ostentação de poder, dominação e riqueza”, explica o autor.Nesse cenário, a cidadania é um sonho cada vez mais distante e a ética humana uma construção em ruínas. Vivemos o grande momento do cada um por si, do salve-se quem puder, do toma lá dá cá, do olho por olho, dente por dente, do individualismo frio. Começamos a sentir, agora mais do que nunca, o efeito devastador do capitalismo. E o que fazer? A humanidade pede abrigo no coração cada vez menor dos homens. A natureza pede socorro. A paz pede passagem. Esta é a temática destes Versos de Sangue em Multicores.
  
Serviço:
 
 O coquetel de lançamento acontece na 29 de junho de 2011, quarta-feira, às 19:30h na Escola Estadual Santo Agostinho (rua 14 de maio -centro, Lábrea atraz da Igreja Matriz) , e contará com a presença dos autores.

Fonte: vazosdopurus

domingo, 12 de junho de 2011

URGENTE - MAIS UM AMEAÇADO DE MORTE NO SUL DO AMAZONAS


Cosmo CapistanoCosmo Capistano da Silva, 46 anos de idade, morador do município de Boca do Acre, agente da Comissão Pastoral da Terra, há 10 anos, disse que está sendo ameaçado de morte. A ameaça mais recente foi sexta-feira (3), por volta das 10 horas da noite, quando estava em sua residência e recebeu uma ligação pelo celular, do tipo desconhecida. Cosmo conta que a conversa durou aproximadamente 30 segundos, mas foi o suficiente para entender o recado.

A ameaça

“A ligação dizia que eu avisasse aos meus companheiros que já morreu gente no Pará e Rondônia e o próximo será no Amazonas e no Acre, a pessoa não identificou o local do Amazonas que pode haver as mortes, mas deduzo que é aqui, justamente por conta de eu estar à frente nos conflitos de terra a favor do pequeno produtor rural”, contou Cosmo.

Antes desse fato, Capistano sofreu outra ameaça, em dezembro de 2009. “Se eu quisesse viver, que me afastasse da luta a favor dos agricultores do seringal Macapá”, disse Capistano.

Caso seringal Macapá

Capistano acha que a ameaça partiu da mesma fonte de 2009. Ele afirmou isso, uma vez que, o seringal Macapá está prestes a sofrer uma nova reintegração de posse, fato que já aconteceu no ano de 2009, em maio, quando 105 famílias perderam tudo e foram viver debaixo de lonas às margens da BR-317.

O seringal Macapá está localizado no ramal Cunha Gomes, exatamente na divisa com o estado do Acre, local onde estão as terras do fazendeiro Juarez Carlos Brasileiro, que reivindica a posse, onde alega ter 15 mil hectares, sendo que legalmente ele tem quase 10 mil.

Proteção pessoal

Cosmo Capistano 2

Capistano fala que ainda não procurou as autoridades para a busca de proteção pessoal, mas que pretende buscar essa assistência, pois teme por sua vida, apesar de afirmar que não vai desistir da luta pelos povos que dependem da terra, o pequeno produtor. “Espero que o governo faça a legalização fundiária, pois tudo isso que acontece é a falta da regularização fundiária, já que 90% das terras de Boca do Acre não são regularizadas e por isso que acontecem os conflitos”, afirmou Cosmo.

Companheiros mortos em conflitos de terras

“Lamento a morte dos companheiros, como o Sr. Adelino, o Dinho e o amigo Gedeão que morreu na Vila Califórnia/Ac. Não quero ter o mesmo destino, mas não quero deixar de lutar por quem merece atenção e justiça, que são os agricultores da terra”, revelou Capistano.

Luta contra a grilagem em Boca do Acre

“Eu tenho trabalho em vários locais no município de Boca do Acre, que envolvem conflitos de terra e os mais graves estão nos seringais Novo Axioma (margem direita do rio Acre), Pirapora (margem esquerda do rio Acre), Macapá (no ramal Cunha Gomes e faz frente ao rio Acre) e Redenção (margem direita do rio Acre). Nesses locais há uma grande quantidade de grileiros e latifundiários do estado do Acre que estão invadindo terras no Amazonas”, descreveu o militante.

Cosmo finalizou a entrevista com o Portal do Purus, dizendo que os maiores grileiros em Boca do Acre são fazendeiros e madeireiros.
 

A reserva extrativista rio ituxi Pede Socorro


LÁBREA 12/06/2011
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 Desde o processo e criação da resex do rio ituxi temos ouvido Ameaças contra o Sindicalista Antonio Vasconcelos, que Luta há 15 Anos no Rio Ituxi combatendo a  ilegalidade que ia passando pela rua quando foi abordado por um cidadão nessa semana que lhe disse "temos uma bala pra tua cabeça".
Sempre ameaçando também o Sr. Francisco Monteiro, Vice - Presidente da APADRIT, Srª Vanderleide Ferreira, CNS – Conselho das Populações Extrativistas. E os proprios extrativistas que dizem: " estes indivíduos arrancaram a Placa da Resex Colocada pelo Exército no rio punicici". 
Estas pessoas já foi dado queixa na Policia  Militar de Lábrea e civil em lábrea
 Localização Rio Punicici (afluente do Rio ituxi) igarapé Bom Futuro. Sendo da cidade até esta Localidade 10:00 Horas de viagem.
Temos recebidos ameaças é de grileiros de terra,  estão invadindo Dentro do Mesmo Rio Punicici, eles estão lá neste momento, ameaçam os moradores, eles vêm por uma estrada clandestina de Porto Velho-RO,  nos não sabemos os nomes destes indivíduos, mas sabemos através dos extrativistas que estes são perigosos andam com armas de fogo, GPS, Computador.
 Tem um casarão na Cachoeira da Cobra, eles estão fazendo Picadão (demarcação) dentro da propriedade da resex onde mora o Sr.Matilde que é um Extrativista. 
 
Todos os anos nossa resex esta sendo invadida por garimpeiros que vem do Estado de Rondônia estes vão para o rio Curequetê na localidade Cachoeira do São paulo;
Está acontecendo outra invasão esta no rio Curequete dentro do garapé (Sitoaca) estes que não sabemos se tem ligação com todos estes outros, mas estes vêm por outro ramal que vai para a Vista Alegre e Nova Califórnia e estão transportando madeira ilegal Para Rondônia são pessoas muito Perigosas.

Depoimentos:
A reserva extrativista rio ituxi Pede Socorro.
Senhores Autoridades foi Criado uma reserva extrativista pelo governo federal para melhoria da população Ribeirinha que ali mora, Mais Ainda não temos Paz todo o povo estão a mercê da invasão de ameaças e então por isto pedimos ao senhores que seja implantado em Lábrea um Posto da Policia Federal.

Quantos chicos, João, Raimundo, Antônio, quantos morrerão
Para que se tome providências, a Mãe gentil chora ao ver seus filhos
Morrendo, enquanto muitos estão cruzando os braços. Será que teremos que fazer justiça com nossas mãos.

JUTIÇA, JUSTIÇA.
Relato de ameaças     

Miquéias santos de Souza.
Associação Apadrit- Associação agroex. Do rio Ituxi
Lábrea - Amazonas

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mais um assassinato no Pará "Marcos" foi baleado e morto na zona rural

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, lamentou hoje mais um assassinato de trabalhador rural, em Eldorado dos Carajás (PA). "Eu lamento profundamente. É uma barbárie em pleno século 21", disse Carvalho, ao ser informado sobre o assassinato pela Agência Estado. Carvalho disse que terá agora à tarde um encontro com os governadores de Rondônia, Pará e Amazonas, junto com a presidente Dilma Rousseff, para tratar da questão da violência principalmente nesses três Estados. "É isso o que eu posso dizer".

O ministro fez as afirmações ao chegar ao ministério da Previdência para participar de uma reunião com as centrais sindicais e o ministro Garibaldi Alves, sobre a desoneração da folha. Carvalho, no entanto, participou apenas da abertura da reunião e disse que precisava se ausentar para ir à reunião no Palácio do Planalto. "Soubemos agora pela imprensa que mais um foi morto em Eldorado. Eldorado é um lugar de grande simbologia do Brasil", disse. "Ao que tudo indica, teremos de tomar medidas mais duras", completou.

O assassinato de mais um trabalhador rural no Pará foi confirmado na tarde de hoje pela Polícia Civil do Estado. Identificado por enquanto apenas como "Marcos", ele foi baleado e morto na zona rural de Eldorado dos Carajás. A Polícia Civil não soube, no entanto, informar se a vítima era assentado da reforma agrária nem se tinha alguma ligação com movimentos sociais.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo da vítima está no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, para onde foi deslocado o superintendente regional do sudeste do Pará, delegado Alberto Henrique Teixeira.