quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Operação " Defesa da Vida" que combate conflitos agrários, recebe reforço de mais homens para atuarem na região sul de Lábrea, no Amazonas

Operação " Defesa da Vida" que combate conflitos agrários, recebe reforço de mais homens para atuarem na região sul de Lábrea, no Amazonas

O envio de homens da Força Nacional foi anunciado pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo

 Uma equipe de homens da Força Nacional, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Forças Armadas deve chegar hoje à região Sul do município amazonense de Lábrea (a 703 quilômetros de Manaus) para dar início à operação “Defesa da Vida”, de combate aos conflitos de terras no Estado. A medida foi anunciada, na manhã de ontem, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após reunião com o governador do Amazonas, Omar Aziz, na sede do Governo.
De acordo com o ministro, o efetivo federal poderá ser aumentado, se necessário, ou reduzido, caso haja a necessidade de deslocamento de agentes para outros Estados. “Vamos, em conjunto com o governo estadual, discutir medidas para a região para que se possa evitar que a situação vivida em Rondônia venha atingir outras localidades do Amazonas”, afirmou. Não há um tempo determinado para que o efetivo fique na região. Segundo o ministro, as Forças Armadas darão apoio logístico aos policiais.
O ministro apontou, ainda, que a situação do Estado é “diferente” da vivida no Pará e Rondônia, onde a operação também está em andamento. Segundo Cardozo, no Amazonas o governo tem condições de atuar mais com ações de prevenção. “Aqui temos uma situação localizada no Sul do Estado. Por isso, temos uma situação de prevenção maior, com políticas públicas, inclusive. Agora o Governo Federal tem que se preocupar com a repressão, investigação e prevenção dos casos”, destacou.
Ao todo, de acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Amazonas, há pelo menos 31 pessoas ameaçadas de morte em conflitos de terras no Estado, a maior parte no Sul de Lábrea. Segundo a coordenadora regional da CPT, Marta Valéria Cunha, pelo menos 11 pessoas já chegaram a morrer em conflitos de terras no Amazonas.
“Esses números nunca foram amplamente divulgados porque nem mesmo inquéritos chegaram a ser instaurados. Não há presença do poder público no Sul de Lábrea”, disse. O relatório da comissão aponta que, além do Município de Lábrea, também ocorreram assassinatos em Humaitá e Canutama.
A coordenadora regional da CPT informou que os principais ameaçados no Amazonas são ribeirinhos, assentados, posseiros, pequenos proprietários e indígenas. Os principais responsáveis pelas ameaças são madeireiros e grileiros, de acordo com a comissão. “Todas as pessoas que já morreram em conflitos de terras no Amazonas são da mesma área que o Dinho morava, além de outros municípios que têm esse mesmo problema”, destacou a coordenadora. Dinho era como era conhecido o agricultor amazonense Adelino Ramos, que foi assassinado no dia 27 de maio, no Município de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia.

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